Shabat: O que é e como é passar a data em Israel
Como não sou judeu, confesso que desconhecia o significado do Shabat e até mesmo como era esse dia antes de viajar pra Israel. Foi no planejamento da viagem que tive que ficar atento pois muitas coisas no país se alteram e podem influenciar a vida dos turistas.
Antes de começarmos a falar de o que é o Shabat e seus reflexos em Israel, vale apenas lembrar que esse texto é focado em ajudar quem viaja para o país e não se aprofundar nos quesitos religiosos da data. Mas, claro, daremos algumas referências ao longo do post.
O que é o Shabat?
O Shabat (chabat em português ou שבת em hebraico) para os judeus, em curtas palavras, é o sétimo dia da semana, o dia de descanso e dia do Senhor. Ele aparece tanto nos 10 Mandamenos (“Lembrarás e respeitarás o dia do Shabat”) como em muitos trechos da Bíblia Hebraica. Um dos exemplos que podemos dar seria:
“Ora, havendo Deus completado no dia sétimo a obra que tinha feito, descansou nesse dia de toda a obra que fizera. Abençoou Deus o sétimo dia, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que criara e fizera.” (Genesis 2: 2-3)
Segundo o Instituto Morashá de Cultura, seguir o Shabat é “um sinal através do qual testemunhamos que o Criador criou o universo físico em seis dias e, no sétimo, cessou de criá-lo”.
Então, para os praticantes, é um período de se reunir com a família e, na noite de sexta, acender velas e fazer um jantar festivo.
Em que dia da semana é o Shabat? Quando cai?
O Shabat tem início aos 18 minutos antes do pôr do sol de sexta-feira, mas isso pode variar, como em Jerusalém, que começa aos 36 minutos, e se estende até cerca de uma hora após o sol se pôr no sábado (até as primeiras três estrelas poderem ser vistas no céu).
Mas na prática, para os turistas, ele vai do pôr do sol de sexta-feira até o anoitecer de sábado.
Impactos para os turistas em Israel
Como o Shabat é o dia de descanso, em muitas cidades, como Jerusalém, há um grande impacto. Na maioria dos bairros, quase nada abre, nem mesmo restaurantes ou lojinhas de conveniência.
Praticamente não há trânsito, o transporte público para de funcionar e até mesmo os ônibus e trens para outras cidades deixam de operar.
Então é importante ficar atento a isso na hora de planejar seu roteiro e evitar deslocamentos, a menos que seja de carro ou com alguns dos táxis que seguem trabalhando.
Mas isso não acontece em todas as cidades de forma tão rigorosa. Em Tel Aviv, por exemplo, o impacto é menos sentido.
Apesar de as ruas estarem um pouco mais vazias e de boa parte do transporte público, inclusive o trem para o aeroporto, não funcionarem, muitos restaurantes e bares seguem abertos e Jaffa é muito pouco afetada. Inclusive a noite de sexta em Tel Aviv é uma das mais animadas.
Aliás, se você planeja conhecer a cidade, não deixe de ver nosso guia de onde ficar em Tel Aviv, com todas as dicas dos melhores hotéis e regiões.
Entretanto, foi lançado no final de 2019 um serviço de ônibus gratuitos na capital e região metropolitana durante o Shabat. Os veículos circulam a cada 30min. Para mais informações e mapa das rotas, você pode acessar o site.
Em outras regiões onde há grande influência da cultura árabe, como em Haifa, Nazaré e em boa parte da Galileia, a data também pode não afetar tanto os viajantes, já que boa parte do comércio segue funcionando.
Aeroporto
É importante falar que o aeroporto de Tel Aviv opera normalmente na noite de sexta e durante o sábado, mas as ligações de ônibus e trens para as cidades são interrompidas.
Então a opção é alugar um carro ou usar o táxi, que é bem caro no país.
Fronteiras em Israel
Os checkpoints com a Palestina e as fronteiras com Egito e Jordânia seguem abertos aos sábados; já o acesso à Jordânia conhecido como Allenby ou King Hussein Bridge fecha cedo às sextas e sábados, por volta das 13h30.
O SHABAT EM JERUSALÉM
Nós estávamos justamente em Jerusalém na hora do Shabat. Faltando cerca de 40 minutos para o pôr do sol, várias sirenes anunciaram a chegada do dia do descanso. Ao mesmo tempo, vimos as últimas lojas e restaurantes fecharem suas portas e os ônibus e trams já não circulavam mais.
Nós estávamos hospedados perto do Portão de Jafa, entrada da Cidade Antiga, e percebemos a mudança instantânea. Até no nosso hotel, o Leonardo Boutique (que gostamos muito!), um dos elevadores foi desligado e a porta automática também.
Ao mesmo tempo, vimos um grande movimento de judeus seguindo rumo à Cidade Antiga e fomos descobrir pra onde eles estavam indo naquele fim de tarde de sexta.
Então eles seguiam para o Muro das Lamentações e o clima era de muita festa, como se celebrassem a chegada da data dançando e cantando entre amigos.
Foi muito bonito. Os turistas também podem acompanhar, mas fotos só são permitidas de fora da região do Muro. Apesar de a princípio pensarmos que seria um dia perdido na cidade, foi muito bonito poder ver tudo isso ao vivo.
Tudo fecha mesmo em Jerusalém?
Alguns amigos e seguidores do nosso Instagram tinham dito que era bem complicado o Shabat em Jerusalém para os turistas, que era difícil até mesmo comer. Então ainda durante o dia acabamos comprando alguns lanchinhos caso fosse preciso.
Mas logo descobrimos que na parte Oriental da cidade, nos arredores do Portão de Damasco e até mesmo dentro da Cidade Antiga no Bairro Muçulmano, os restaurantes seguem abertos. Então é uma ótima opção pra você também não ficar com medo de passar fome no Shabat.
Mas o transporte público, ônibus e trens para Tel Aviv, por exemplo, deixam sim de funcionar da noite de sexta até a de sábado. Uma das poucas alternativas são alguns táxis que seguem trabalhando.
O que fazer durante o Shabat?
Se por um lado muitos dos judeus não usam nem energia elétrica, cozinham, viajam em veículos automotores e seguem outras proibições nesse período, há algumas alternativas se você estiver em Jerusalém.
No nosso roteiro inicial, antes de saber dos impactos do Shabat, nós iríamos no sábado para Tel Aviv. Mas por conta da data, acabamos alterando nossa programação.
Mas o que fazer então? Foi então que descobrimos que a maioria das agências segue com as atividades normalmente e decidimos fazer o tour para o Mar Morto e Masada justamente no sábado.
Assim passaríamos o dia todo fora e quando voltássemos o Shabat já estaria perto do fim. Valeu muita pena. Fizemos os passeios pelo Get Your Guide e você pode saber mais e cotar os valores no site. nesse link.
Se você estiver em outro local, vale consultar sobre os impactos do sábado para se planejar com antecedência também.
E como é o domingo em Israel?
Em Israel, o domingo é o primeiro dia útil da semana. Ou seja, um dia normal. Isso mesmo!
Em Jerusalém, por exemplo, vimos muitas crianças indo pra aula e todo o comércio já está aberto normalmente. É bem curioso!
Tem mais alguma dúvida sobre o que é o Shabat ou já viveu a experiência em Israel? Então deixe seu comentário!
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A beleza do sábado é bíblico e cristão.
Quem me dera poder um dia participar desse grande momento em Israel.
Rafael, vc sabe se a parte cristã de Jerusalem funciona normalmente? Igrejas , museus cristãos, etc?
Oi, Antonio, tudo bem?
Não tenho certeza, mas creio que funcione sim!
Abraços
Muito bom! sobre as atividades do comércio no domingo,apartir das (18:01)? Ou só na pela manhã do domingo que tudo volta ao normal
?
Olá, tudo bem?
Aos domingos tudo funciona normalmente, é dia útil!
Abraços
Olá, gostaria de saber se eu chegar em Israel na sexta-feira depois do por do sol ou no sábado durante o dia, se os hotéis recebem turistas ou até os hotéis ficam fechados nesse dia?
Oi, Carlos, tudo bem?
Essa também era uma dúvida nossa. Os hotéis costumam receber sim. O quadro de funcionários pode estar reduzido, mas é possível fazer o check-in. É sempre bom combinar também com o hotel. Ao menos os nossos funcionavam com menos pessoas, mas sempre com alguém pra atender os hóspedes. Se precisar de dicas de hotéis, é só nos falar.
Abraços
Raquel, com licença! Não sonhe! Prepare-se! Não é barato viajar para a Terra Santa. Mas, com planejamento, tudo é possível.
O caminho mais rápido aqui do Brasil, saindo do Rio de Janeiro ou S. Paulo, é via Roma, com a Alitalia. São 17:20 de voo com 3 horas de conexão na capital da Itália. Na volta, a mesma coisa.
Vai gostar.
Que legal!
Estivemos (esposa e filho) na cidade, em julho de 2019. Como não viajo sem estudar os lugares onde vou, chegamos preparados para o Shabbat. Compramos umas coisas no dia anterior e na manhã do dia de descanso. Tudo para mesmo. É uma sensação surpreendente e bonita. Você acaba entrando no ritmo e se recolhe, pois há pouco o que fazer. Salvo um passeio programado com foi citado anteriormente. No hotel, até a máquina de café parou de funcionar – moer é uma das proibições no Shabbat – e nós, hóspedes, tínhamos que devolver os pratos diretamente na cozinha do hotel, pois os funcionários não podem trabalhar nesse dia.
Aconselho a qualquer turista evitar os deslocamentos dentro do país nesse dia, pois tudo para e sobram apenas os táxis que são caros.
Oi, Marcelo, tudo bem?
É uma viagem incrível, né? Amamos muito. Fomos em agosto.
Abraços
Muito obrigada pelas informações.
Meu sonho é conhecer Jerusalém.
Se estivesse lá gostaria de participar do dia de sábado com eles. Deve ser muito sagrado.
Grata mesmo.
Oi, Raquel, tudo bem?
Realmente é muito bonito, vale a pena! Nós amamos Israel!
Abraços