Por que viajar me faz ser mais confiante

Eu nunca fui a pessoa mais radical do mundo. Aliás, bem longe disso. Sempre gostei dos meus pés em algum chão, nem que seja de um avião, e quando o assunto é mar, eu só gosto de entrar até o momento em que tenho o controle da situação.

Mas viajando eu acabo relaxando e fazendo coisas que eu jamais faria. Algo que para muitos seria bobo, para mim é um grande desafio. E não apenas quando são coisas radicais. Durante as viagens, a gente acaba se permitindo a viver experiências que nunca havíamos imaginado.

Andar de balão, nadar com peixes, ir num túnel de vento, fazer aula de surf e chegar a 50 m do fundo do mar num submarino foram algumas das últimas experiências que vivi. Nada tão radical assim, mas para mim cada uma é uma superação. Todas com aquela sensação de que eu fui capaz de fazer algo que para mim era difícil.

Por que viajar me fez sentir mais confiante (Foto: Esse Mundo é Nosso)

Na verdade, essa sensação começou quando viajei pela primeira vez sozinho. Foi uma dupla estreia. Era a minha primeira viagem desacompanhado e a primeira internacional. Naquele momento eu era o cara mais inseguro do mundo. Mas chegando lá eu me permiti aproveitar, conhecer, errar e até chorar. Voltei totalmente diferente para cá. Com mais opinião, com menos medo do dia a dia e com mais certeza de que eu conseguia me virar. Enfim, voltei mais corajoso e confiante.

Durante as viagens, entramos em outras culturas e absorvemos ensinamentos que nem imaginávamos que existiam. Dividimos bancos de ônibus com pessoas que jamais teríamos a oportunidade de encontrar um dia se não tivéssemos saído de casa para fazer aquela viagem. Arriscamos puxar assunto e temos até coragem de conjugar verbos em inglês no particípio.

Por que viajar me fez sentir mais confiante (Foto: Esse Mundo é Nosso)

Uma volta perto do hotel pode ser uma experiência tão rica quanto passar horas em um museu. Ter que dar aquele empurrãozinho para sair por aí e contar com a sorte para dar tudo certo. E, geralmente, a sorte está com a gente. É uma sensação maravilhosa.

Viajar é ter coragem de errar. Coisa que não costumamos aceitar no nosso dia a dia, no nosso círculo social. É poder virar para o lado errado do rua, tropeçar e cair, falar tudo errado para ser entendido, escolher uma camiseta que não combina com a bermuda, é tentar não julgar para não se julgado.

E justamente isso que nos faz ter mais coragem e confiança de encarar nosso dia a dia quando voltamos. De aceitar os outros e nos aceitar. Coragem de seguir em frente e de enfrentar os medos da próxima viagem.

Viajar é isso: é estar preparado para o novo e aberto para o mundo. É voltar menos preconceituoso e mais conhecedor de si.

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Adolfo Nomelini
Jornalista formado pela PUC-SP e pós graduado em Comunicação em Mídias Digitais, é apaixonado por música, coxinha, televisão, seus óculos e internet. Trabalha há mais de 15 anos com conteúdo online e passa boa parte do tempo "jogando o corpo no mundo, andando por todos os cantos e, pela lei natural dos encontros, deixando e recebendo um tanto".
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