Ouro Preto revela belezas em meio a maus tratos
A cidade história mineira mais famosa do país causa perplexidade logo que você chega. Como pode Ouro Preto, um Patrimônio da Histórico e Cultural da Humanidade – declarado pela UNESCO em 1980 –, ter sido tão maltratado durante tantos anos? Mas ali, em meio ao caos e o descaso da modernidade, está um conjunto riquíssimo da história do Brasil.
Seja pelo casario colonial, pelas ladeiras históricas, pelas montanhas de Minas ou pela contribuição cultural, Ouro Preto ainda se mostra imponente e tenta sobreviver ao avanço da ocupação desordenada e ao trânsito pesado e perigoso.
Foi lá que desembarcamos eu e meu amigo Adolf durante nossa expedição pelas Cidades Histórias de Minas, no feriado de Finados. Era minha segunda vez na cidade, da primeira tinha ido com minha mãe e um primo. Agora estávamos vindo da vizinha Mariana.
De novo me hospedei na Pousada Casa Grande, bem ao lado da Praça Tiradentes. O lugar é ótimo, vale muito pela localização e também pelas ótimas instalações. A diária de R$180 (dois solteiros) inclui café da manhã e um chá da tarde com biscoitos.
Mal chegamos e fomos direto circular pelas ladeiras de Ouro Preto. Visitamos a Praça Tiradentes, a principal da cidade e que homenageia o mártir com um grande monumento. Cercada por uma arquitetura belíssima, é onde estão localizados o Museu da Inconfidência e de Mineralogia, o centro de informações turísticas, diversas lojas de artesanato e outras atrações.
Seguimos para a Igreja de São Francisco de Assis (paga), a mais famosa da cidade, obra-prima de Aleijadinho, considerada um dos maiores exemplos do barroco mineiro. Mas não espere muito ouro como na Matriz de Santo Antônio, que visitamos no dia anterior em Tiradentes. Em frente, no Largo de Coimbra, existe uma feira de artesanato na qual é possível encontrar ótimas lembranças em pedra-sabão.
De lá fomos à Matriz Nossa Senhora da Conceição (grátis), projetada em 1927 por Manuel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho. Os dois estão enterrados lá, onde funciona também o Museu Aleijadinho (pago).
Visitamos ainda o Museu da Inconfidência (pago), construído em 1785 para servir como Casa da Câmara e cadeia. Hoje reúne uma valiosa coleção de objetos e manuscritos referentes à Inconfidência, além de indumentárias, mobiliário e variados objetos dos séculos XVIII e XIX. O item mais curioso é o poste onde supostamente foi pendurada a cabeça de Tiradentes.
Como já era tarde, deixamos de conhecer algumas atrações que queríamos, como o Teatro Municipal, o mais antigo em funcionamento do Brasil. Mas como em todas as nossas viagens, saímos sem rumo pelas ladeiras e descobrimos lojas de chocolates e artesanato muito interessantes, além de apreciar a arquitetura das ruas São José e Senador Rocha Lagoa.
Fugindo da chuva, fizemos uma parada no Buteco do Chopp, um dos poucos com mesas ao ar livre da cidade. A fama ali é a enorme torre de chopp, mas decidimos também experimentar o pastel de angu, uma iguaria um tanto quanto curiosa (e oleosa)! Como chovia muito, foi ali também que voltamos mais tarde para jantar uma deliciosa canjiquinha e porção de lingüiça, mandioca e fritas.
Pra quem gosta de agitação à noite, vale tentar encontrar alguma festa em uma das repúblicas da cidade, que são muito animadas. Caso contrário, a Rua São José é o destino boêmio.
No fim das contas, Ouro Preto me deu algumas impressões distintas: uma cidade de arquitetura e atrações riquíssimas, mas que chega a ser perturbadora pelo tamanho caos. Mas é claro que vale a viagem!
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Po esse dois são parceiros mesmo!! Parabéns pelo post
Sabe se há pousadas ou hostels em ouro preto que sejam confiaveis e caibam nos bolsos de um estudante longe de casa??? Tem 3 anos que eu estou morando em Minas, e me envergonho em dizer que não conheço nada do estado…
Oi Lázaro, tudo bem? Obrigado pela visita.
Ouro Preto tem sim alguns hostels e pousadas mais baratas. No site do Hostel World https://www.brazilian.hostelworld.com/ você pode fazer a busca e ver os preços.
Abraços,
Rafael
Nossa! Eu te enchi tanto, mas tanto para conhecer essas cidades, mas nunca imaginei que eu iria gostar tanto assim. Claro que Tiradentes é a minha favorita, também não tem como não se apaixonar com todo aquele charme, mas Ouro Preto também é sensacional. Mas a outra parte boa de tudo isso está no que não está aqui, na nossa ida de carro, nas paradas, músicas, perdidas, conversas… A mina de ouro foi uma experiência única, assim como a parada para tirar uma foto da cidade, uma cena ao acaso que estará sempre na minha memória. Tudo isso sem contar o chá da tarde. Mas sabe o que é melhor? Mais uma vez pudemos fazer tudo andando, sem o estresse de pegar táxi, ônibus, metrô. Subimos e descemos os morros, andamos sem rumo, conhecemos detalhes, vivenciamos histórias, nos desprendemos do mundo. Nem a chuva atrapalhou nossos planos. Mas também, nada melhor do que o plano de não ter planos… Assim como ficar cantando na porta de um bar ou ficar sentado vendo o tempo passar. Mais uma vez, eu quero mais! Obrigado por ser meu super companheiro de viagem! Abração
Obrigado, Adolf! E sabe de uma coisa? Vem muito muito muito mais por aí. 2011 nem começou e já temos duas viagens agendadas, incluindo uma internacional! Olha que demais?!
como sempre, ótimas dicas. já conheço a mina, ouro preto, mariana. mas amei cada dica, cada observação. e fiquei com enorme vontade de conhecer tiradentes, que eu amava ver na hilda furacão. ah, e como vcs foram de um lugar pro outro? carro ou busão? abração!!!
Valeu, Miguel!!!
Então, fomos de carro de Tiradentes pra Ouro Preto. Dá pra ir de ônibus, mas tem umas escalas, tipo Tiradentes – São João Del Rei – Congonhas – Ouro Preto
Abraçãooo