Crise dos 30: Por que não devemos sofrer com a idade
O relógio acabou de virar! Já é meia-noite. Tenho oficialmente 30 anos. A palavra trinta (TRINTA) pesa, eu sei. T R I N T A. Mas o que é a vida além de uma sucessão de dias, meses e anos? Talvez eu tenha passado o meu vigésimo nono ano todo pensando nisso para tentar evitar a tal crise dos 30.
De tudo o que eu refleti antes de ir dormir, enquanto tomava banho ou não tinha nada para fazer no avião o que mais me marcou foi o fato de que nós somos muito pretensiosos. O ser humano é tão audacioso que nasce achando que vai ficar velho. Nascemos com a falsa certeza de que a velhice vai chegar. E, com isso, criamos as crises de idade (crise dos 30, crise dos 50, crise dos 80). Mas ninguém nasce sabendo se irá viver tempo suficiente para ficar velho do modo como achamos que é estar velho.
Para alguém que morreu aos 80 ou 90, ter 30 anos era ser jovem. Mas para alguém que morreu aos 20, teoricamente, ter 18 já era estar velho. E o que nós podemos fazer? Passar a sucessão de dias, meses e anos (aquilo que também chamamos de vida) achando que estamos ficando velhos sem saber exatamente o que está por vir? É muita pretensão mesmo ter a certeza de que ficaremos velhos.
Por isso, não podemos perder tempo criando crises de idade. Um ano é só um ano. O fato de termos completado mais um ano é algo que deve ser celebrado e não motivo de depressão. O grande problema é que chegamos aos 30, 40, 50 olhando para os lados e esquecendo de olhar para dentro. A gente acha que todos os nossos contemporâneos estão melhores do que nós. São mais bem sucedidos, viajam mais, têm roupas mais legais, têm uma família incrível… E a gente? Ahh… A gente tá sabe como, né? Levando.
Só que se pararmos de olhar apenas para os lados e fizermos uma viagem por nós mesmos, perceberemos o quanto evoluímos neste tempo todo. O quanto melhoramos em diversos aspectos. Temos que parar de nos sabotar.
Mas a verdade é que a grande crise da vida não é pela idade, é pelo tempo. Não pela soma dos nossos dias, mas pela rapidez como eles passam. O tempo realmente “escorre pelas mãos” e é isso que me assusta. Foi isso que me fez pensar tanto nos últimos 365 dias. Não ligo de fazer 30 ou 40, mas me preocupo em ver como tudo parece não ser mais palpável. Não consigo digerir uma notícia e já vem outra. Não consigo me recuperar do panetone que o confete já está caindo. Não consigo acabar o brinde de feliz ano novo sem enxergar um coelhinho da Páscoa bem ali do lado.
Parece que não temos tempo suficiente para realizar tudo o que queremos. Estamos num ritmo assustador, numa roda viva que deve pifar a qualquer momento. E isso não é (de)mérito da geração que tem 30. Os de 20, 40, 60 e 70 também estão nessa.
Eu me assusto com a possibilidade de perder as pessoas e de não conseguir aproveitar os momentos com elas. Aquela sensação de que sempre pode ser a última. Eu me assusto quando resolvo fazer contas e percebo como os últimos dez anos passaram rápido. Claro que acho estranho pensar que há 10 anos eu tinha 20 e estava na faculdade. Daqui a 10 anos eu já terei 40. Nossa, parece que meu pai tinha 40 anos na semana passada. Mas, mais uma vez, não é a idade que me assusta, mas sim a velocidade com que ela está me alcançando.
Não tem como chegar aos 30 sem pensar no futuro. E como as coisas devem mudar muito em pouco tempo daqui pra frente. Mas a gente não pode sofrer com isso. O futuro é daqui a 10 minutos e a gente nunca vai estar pronto para ele. Com 30, somos novos para quem está perto dos 50. Os de 50 são novos para quem está perto dos 70. E sempre será assim.
Mas sabe o que temos mesmo que fazer em vez de ter crise de idade? Temos que agradecer pela chance de termos vivido tudo o que já vivemos e pedirmos para termos saúde para continuarmos vivendo tudo o que for para nós. Temos que agradecer pelas pessoas que estão com a gente e pelos bons momentos que passamos. Acreditar que as dificuldades foram desafios que nos deixaram mais fortes. E estar mais fortes para aguentar os desafios que virão. Porque eles sempre virão de uma forma ou de outra.
Pronto. Agora já não tenho só 30 anos. Tenho 30 anos e 27 minutos. O que significa que há meia hora eu tinha apenas 29. Antes de encerrar, só tenho uma coisa para dizer… Fábio Junior, por que você não escreveu a música “30 e poucos anos”? Eu estaria me sentindo muito melhor sabendo que eu ainda posso me desfazer dos meus planos. Quero saber bem mais do que os meus 30 e poucos anos!
+ Viajar me fez dar importância ao que realmente importa
+ Por que a sociedade nos cobra tanto?
+ Desabafo após ter sido julgado pela aparência nas redes sociais
E você? Sofreu com a crise dos 30 ou de qualquer outra idade?
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O negócio é você ser uma pessoa acessível não ser “artista” não interassa se é novo , velho , meia idade no Brasil povo hoje em dia gosta de ser o artistão babaca metido a classe média alta as vezes mora em bairro e tem cara de sapo faz 3 anos que nem trabalha, isso tanto homem ou mulher , povo que gosta de se fingir de artista , enfim namore faça amizade e tenha um se mancol da sua aparência e de sua realidade aí não interassa idade seja feliz…
Muito bom o texto, realmente passa rápido de mais, tão rápido que quando vamos ver, já passou 5-10 anos.
Eu já tenho 35, mas sempre me dão menos, dá um certo ” conforto”, mas dentro sei que estou com 35 já pensando nos meus 40 anos.
As pessoas em minha volta, mais novas a maioria, são casados, tem filhos outros não ..
Mas como mudei, mudei de personalidade, parece que sou uma nova pessoa, mas também contando os dias, e achando que devo aproveitar cada segundo, porque sei que o tempo voa.
Porém as comparações não param, profissão, e materiais, o resto? Há não importa tanto.
Vejo o mundo e pessoas com outra visão, como pode? 5 anos ou até 3 anos atrás eu era outra pessoa.
Não queria envelhecer, porém, todos vamos.
Só gostaria que meus próximos se eu tiver vivo. Seja leve, bom. Todos os dias vem as comparações, mas tenho que olhar pra mim, eu sou meu mundo, não posso e não tive a mesma oportunidade que outros. Cada um faz sua jornada da forma que pode.
Estar bem e ser leve é bem melhor que ter números mais baixos e não ter um sabedoria de hoje.
Oi, Rodrigo. Muito obrigado pelo seu comentário!
Com certeza, temos que olhar pra gente, pra nossa realidade e não ficar nos comparando o tempo todo. Até porque o que vemos do outro é apenas o superficial e, muitas vezes, o que a própria pessoa quer que seja visto. Assim como as redes sociais, onde cada um mostra apenas o lado bom de si.
E queira envelhecer porque envelhecer significa que estamos vivendo.
Obrigado novamente!
Adolfo
Olá Rodrigo, li seu texto como se fosse o meu, e realmente como são realidades e verdades q não conseguimos fugir, tudo começa a mudar em nós e não é fácil saber lidar constantemente com mudanças, acredito que para uns pode ser mais fácil q para outros, mas todos nós não escapamos.
Imagina eu que falta só 2 anos pra completar 50 anos… mas o texto e muito bom me fez refletir bem e a ver o tempo e a idade com outros olhos, uma.outra perspectiva mais otimista.
Eu completei 30 anos e essas palavras me ajudaram muito, porque eu me senti velha, mas como não tem como evitar eu procuro viver a cada momento, mas confesso que sofri um pouco.
Amigo, começo dizendo que suas palavras são realmente bem coerentes e que são pura reciprocidade em relação ao que realmente é a vida. aprendi a seguir uma frase que diz assim: ” é melhor chegar em casa e dizer foi bom ter feito, do que chegar e dizer nossa! eu deveria ter feito”… e desde já também conto que ao chegar aos 30 há um mês e alguns dias atrás eu fiquei assustado mas pegando carona em suas palavras em que você enfatiza que é a velocidade com que passa e não a soma dos anos, eu enfatizo um ponto em que gostaria também de sua opinião ou seja… A única maneira de confrontar a velocidade do tempo é vivendo cada mínimo espaço de tempo ao máximo para que valha tanto a pena que a velocidade com que passará sirva apenas para nos mostrar o quanto foi bom e o quanto soubemos viver.
Peterson Azevedo
Oi, Nigel. Muito obrigado pelo comentário!
Sei o que você sente. Eu também adoro ouvir as músicas daquela época, mas temos que enxergar isso como uma saudade boa, um tempo bom que vivemos. Temos que lembrar que hoje em dia também vivemos bons momentos e que, muito provavelmente, sentiremos saudade do que vivemos hoje no futuro assim como sentimos saudades de quando estávamos com 18 anos.
Cada fase tem seus bons e maus momentos!!
Obrigado novamente pela visita no blog.
Abs,
Adolfo
Sei bem como é isso o pior q essa sensação acontece o tempo tdo, já tenho 30 e quase TDs os meu amigos dessa mesma idade já tem família e filhos e eu na mesma, no meu caso tenho emprego e consigo ser auto-suficiente mas isso ñ é o bastante.
Já vi fiz 31 e essa sensação de tempo perdido e ñ aproveitei essa parte da minha vida direito me acaba, o tempo passa os amigos De antes já ñ tem mais tempo pra nada, fico relembrando minha adolescencia o começo da vida adulta (18 anos) e qqueria que esse tempo voltasse, nunca desapego das músicas desssa minha época, só falto entrar em depressão por isso, sei q estou melhor do que estava antes nesse tempo eu não era auto-suficiente e nao tinha quase nada, mas dinheiro e coisas materiais não é tudo.
Amei seu post. Fiz 30 anos dia p7 desse mês. Fiquei muito mal pq pensei nos meus amigos que tem essa idade e já estão casados, tem filhos, casas, outros moram na Europa. Enfim, ainda moro com os meus pais e o pior, desempregada há dois anos. Fiquei tão mal que queria dormir e chorar o dia todo. Não queria sair da cama e nem completar 30 anos. Seu texto me fez bem hoje. Ainda sofro com essa fase da minha vida.
Na última semana comecei a pensar muito nisso, ainda mais porque muitos dos meus amigos tem entre 20 e 25 anos e já tem uma vida mais madura que a minha, alguns já tem filhos ou são casados, outros fazem planos de realizar seus sonhos. Eu tenho 28 e me sinto perdido, apesar da idade não me sinto que estou chegando perto dos 30, mas se olhar pra eles me sinto muito mais velho, e aí tô que não realizei nada.
Ótimo texto!
Tenho 29 anos e tenho pensado demais na minha idade, vida, em toda expectativa e etc
Essa sua postagem traduziu o que sinto de forma geral.
Tenho 29 estou me sentindo assim, parece que não fiz nada da vida e olha que fiz. Triste pois queria estar casada e com filhos. Mas espero em Deus que isso passe uma sensação horrível de impotência vontade de volta atrás e fazer tudo diferente.
Oi, Eliana! Sei bem o que você está sentindo, mas lembre-se que você ainda é MUITO nova e tem muitas coisas boas pela frente para acontecer! Sem desanimar!